A Justiça Federal do Paraná condenou oito pessoas por organização criminosa e tentativa de extorsão mediante sequestro do senador Sérgio Moro (União Brasil), ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava-Jato.
O caso veio à tona em março de 2023, quando a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que planejavam ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo Moro. Na ocasião, nove suspeitos foram presos.
As investigações indicaram que o plano era uma retaliação às mudanças no regime de visitas em presídios, implementadas por Moro enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública. Além disso, os criminosos pretendiam sequestrá-lo para negociar a libertação de Marcola, um dos líderes do PCC, condenado a mais de 300 anos de prisão.
Relatórios da PF revelaram que, na época, ao menos dez integrantes da facção se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba. Para isso, alugaram chácaras, casas e até um escritório próximo aos endereços ligados a Moro.
A organização criminosa operava em São Paulo, Paraná, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, e os ataques poderiam ocorrer simultaneamente nessas regiões.
Em maio de 2024, 13 pessoas foram formalmente acusadas pelo plano contra Moro. No entanto, durante o processo, dois réus morreram na prisão e outros três foram absolvidos.
Os corpos de Janeferson Aparecido Mariano (Nefo) e Reginaldo Oliveira Souza (Rê) foram encontrados no banheiro e no pátio do presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Ambos foram assassinados logo após o período de banho de sol: Janeferson foi levado ao banheiro e morto a facadas por três detentos, enquanto Reginaldo foi capturado e executado no pátio. Após os crimes, os responsáveis se entregaram à direção do presídio.
Nas redes sociais, o senador agradeceu às autoridades envolvidas no caso:
“Agradeço ao MPE/SP, à PF, à polícia de SP e do PR, ao MPF e à JF pelo trabalho realizado. Falta descobrir o mandante do crime, e a investigação da PF precisa continuar com esse objetivo. Solicitarei providências ao Ministro da Justiça. Não nos curvaremos a criminosos. Continuarei, no Senado, defendendo lei, ordem e penas severas contra o crime organizado.”