Curiosidades
História do horário de verão: do sonho de um homem à realidade

Era uma vez um construtor de classe média que morava no subúrbio de Chislehurst, no sudeste de Londres.
Seu nome era William Willett (1856-1915). E, não fosse por ele, os britânicos – e um quarto do planeta, incluindo os Estados Unidos – talvez nunca tivessem adotado o horário de verão.
Willett adorava espaços ao ar livre. Ele andava a cavalo em uma manhã de verão em 1905, quando observou que muitas cortinas permaneciam fechadas, evitando que a luz do sol entrasse nas casas.
Ele teve então uma ideia: por que não adiantar os relógios antes do início do verão?
Willett não foi o primeiro a idealizar essa medida. Civilizações antigas já reduziam e aumentavam a duração dos dias, dependendo da estação. Na Roma Antiga, por exemplo, uma hora poderia durar 44 minutos no inverno e 75, no verão.
Em 1895, o entomólogo neozelandês George Hunter propôs uma mudança de duas horas, mas sua ideia foi ridicularizada. E, seis anos depois, em 1901, o rei britânico Eduardo 7º (1841-1910) atrasou os relógios em 30 minutos em Sandringham, no Reino Unido (onde fica uma das residências reais), para poder ar mais tempo caçando.
Mas coube a Willett fazer com que o horário de verão fosse finalmente adotado.
Em 1907, ele publicou um panfleto independente intitulado Waste of Daylight (“Desperdício da Luz do Dia”, em tradução livre), defendendo que os relógios fossem adiantados no Reino Unido quatro vezes em abril, em 20 minutos a cada vez, retornando da mesma forma ao horário normal em setembro.
Willett defendia que, além de aumentar as oportunidades de lazer, a medida reduziria os gastos com iluminação.
Seus apoiadores incluíam políticos importantes – entre eles, dois futuros primeiros-ministros britânicos: David Lloyd George (1863-1945) e um jovem chamado Winston Churchill (1874-1965), na época presidente da Câmara de Comércio.
O criador de Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle (1859-1930), também manifestou seu apoio durante as discussões do projeto de lei do horário de verão, embora ele desaprovasse os incômodos ajustes parciais de Willett.
“Uma única alteração de uma hora seria um número redondo e causaria menos confusão”, afirmou Conan Doyle ao comitê que examinava a proposta.
Entre os seus oponentes, estava o então primeiro-ministro Herbert Asquith (1852-1928). O projeto de lei acabou rejeitado em 1909 por uma pequena margem e as propostas apresentadas posteriormente tiveram o mesmo destino.
Mexer com o tempo, aparentemente, era uma mudança radical demais para a época, mesmo com um governo liberal de caráter reformista. Mas Willett era incansável e continuou a defender ardentemente o horário de verão no Reino Unido, na Europa continental e nas Américas, até sua morte por influenza, em 1915.
Apenas um ano depois da morte de Willett, uma versão revisada da sua proposta foi finalmente aceita, impulsionada pela circunstância mais extenuante de todas: a guerra.
Dois anos após o início da Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido sofria séria escassez de carvão, a principal fonte de energia para as indústrias e residências do país.
“Além do aumento da demanda para abastecer a Marinha, as ferrovias e a indústria armamentista, o Reino Unido precisava fornecer carvão para os aliados, cujas minas foram tomadas pela Alemanha, sem falar nos milhares de mineiros que se apresentaram como voluntários para a guerra”, conta o professor de história David Stevenson, da London School of Economics.
As ideias de Willett prometiam um alívio, com noites mais longas e menos demanda de iluminação a carvão.
A Alemanha aprovou a lei do horário de verão no dia 30 de abril de 1916 e o Reino Unido adotou a mesma medida logo em seguida, em 17 de maio. Esse tipo de imitação era comum, segundo Stevenson.
“O Reino Unido vinha tomando [ideias] emprestadas da Alemanha há muito tempo”, explica o professor. “Muitos políticos e intelectuais britânicos eram fascinados pelo país, como um exemplo de eficiência nacional superior.”
Segundo a nova lei, os relógios seriam adiantados em uma hora à frente do horário de Greenwich (GMT, na sigla em inglês), durante o horário de verão britânico.
Vários outros países europeus acompanharam rapidamente a medida, além dos Estados Unidos (que criaram a famosa expressão “adiantar na primavera, retroceder no outono”), Uruguai, Nova Zelândia, Chile e Cuba.
Dobrando a aposta
O Reino Unido vivenciou alterações ocasionais do horário de verão ao longo do século 20.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o país adiantou os relógios em duas horas em relação ao horário GMT. Era o chamado Horário de Verão Duplo, para reduzir ainda mais os custos das indústrias.
Entre 1968 e 1971, o país experimentou o Horário Padrão Britânico, avançando os relógios em uma hora o ano inteiro. Mas o teste ficou marcado pelas crianças que precisavam usar braçadeiras fluorescentes nas escuras manhãs de inverno e a medida acabou sendo profundamente impopular.
Desde então, sucessivas propostas no Parlamento têm questionado o horário de verão – e não só no Reino Unido. Medidas similares são constantemente criadas, alteradas, questionadas ou descartadas em várias partes do mundo.
No Brasil, o horário de verão foi adotado pela primeira vez em 1931, mas sua prática era irregular. A partir de 1985, os relógios aram a ser adiantados em uma hora todos os anos, até o cancelamento do horário de verão no país, em 2019.
Por que o horário de verão é um tema tão controverso? Basicamente, os prós nunca superaram convincentemente os contras. Para cada argumento inegável em favor do horário de verão, sempre existe um evidente fator contrário.
Resumidamente, o horário de verão favorece principalmente o comércio, os esportes e o turismo, mas prejudica a agricultura e os carteiros que trabalham de manhã.
Ninguém conhece melhor esse debate do que David Prerau, autor do livro Seize the Daylight (“Aproveite a luz do dia”, em tradução livre).
“De forma geral, acredita-se que o horário de verão reduza o uso de energia, os acidentes de trânsito e os crimes em ambientes abertos, além de trazer melhor qualidade de vida”, afirma ele.
“Mas, entre os pontos negativos, estão as manhãs escuras – um problema especialmente para as crianças em idade escolar e os agricultores – e o efeito de jet lag sobre os padrões de sono.”
Um recente estudo médico finlandês chegou a relacionar o horário de verão à ocorrência de AVCs, responsabilizando a interrupção dos ritmos circadianos do corpo.
As alterações no relógio também costumam ser um instrumento político. Durante as comemorações dos 70 anos de independência da península coreana, em agosto de 2015, a Coreia do Norte atrasou seus relógios em 30 minutos, voltando ao fuso horário que utilizava antes da ocupação japonesa.
A agência de notícias estatal declarou que o objetivo era “arrancar o legado do período colonial japonês”. A medida foi cancelada em 2018, para eliminar a diferença de horário criada em relação à Coreia do Sul.
O legado
Cerca de um quarto da população mundial de 7,4 bilhões de habitantes adota o horário de verão. Prerau não tem dúvidas sobre quem merece o crédito da adoção dessa medida.
“A aprovação de leis estabelecendo o horário de verão veio diretamente dos esforços de William Willett”, afirma ele.
Quando observamos o túmulo simples de Willett no lado externo da pacata Igreja de São Nicolau, em Chislehurst, é difícil acreditar que ele continue mantendo sua influência global, tanto tempo depois de sua morte.
No subúrbio, o legado de Willett está registrado em uma placa na sua antiga casa, no bar chamado The Daylight Inn, nas ruas com seu nome e em cartas, documentos e fotografias expostas no salão comunitário da Sociedade de Chislehurst.
Mas não seria ele merecedor de maior reconhecimento?
“Com certeza”, responde Joanna Friel, da Sociedade de Chislehurst. “Willett defendeu [o horário de verão] de forma tão apaixonada e simplesmente se recusou a desistir. Ele foi uma figura notável e, em última instância, muito importante.”
Chris Martin, principal vocalista da banda de rock britânica Coldplay, é um dos trinetos de William Willett. O verso inicial da sua canção Clocks (“Relógios”) inclui uma possível referência ao horário de verão: “as luzes se apagam e não posso ser salvo”.
Em 2016, a banda se apresentou no Festival de Glastonbury, no Reino Unido. Eles subiram ao palco perto das 22h15, quase no mesmo horário do pôr do sol, graças ao horário de verão britânico – e a William Willett, o homem que mudou o tempo
Fonte: BBC
Curiosidades
Criança tem reação alérgica no rosto após beijo da mãe. Entenda

O uso de cosméticos é algo comum no dia a dia. O que a inglesa Sarah Davies, 41 anos, não imaginava era que, após dar um beijo na bochecha da filha, o gloss labial que usava poderia causar uma reação alérgica na menina.
Sarah ou o produto que prometia aumentar o volume dos lábios pouco antes de levar Ava, de 8 anos, para uma festa de aniversário. Duas horas depois de aplicar o gloss de 26 euros (aproximadamente 157 reais), a mulher deu um beijo no rosto da filha e, em questão de minutos, notou uma marca vermelha e irritada surgindo na pele da criança.
“Em um minuto, estava quente ao toque, e parecia que ia formar bolhas”, lembra Sarah, que ficou em pânico. A inglesa, que é auxiliar de saúde, lavou imediatamente a área com água e procurou orientação com um farmacêutico.
O profissional recomendou o uso de anti-histamínicos e um creme antisséptico que trata e acalma a pele para aliviar a sensação de queimação causada pela erupção cutânea.
Felizmente, a marca desapareceu em poucos dias, mas Sarah ainda notou que a área da pele ficou um pouco avermelhada. “Se fosse um bebê recém-nascido, poderia ter sido horrível”, afirmou ela, em entrevista ao Daily Mail.
Conscientização sobre riscos de usar produtos cosméticos
Agora, ela tenta alertar outras pessoas sobre os riscos de usar produtos cosméticos sem conhecer os ingredientes da fórmula. Eles são muitas vezes promovidos como alternativas “naturais” aos preenchimentos labiais, principalmente nas redes sociais.
O gloss utilizado por Sarah continha capsicum, um derivado vegetal encontrado na pimenta, que causa a sensação de formigamento nos lábios e aumenta temporariamente o volume ao dilatar os vasos sanguíneos. Embora eficaz, a substância pode causar reações adversas, como queimaduras, ardência, vermelhidão e coceira, especialmente em peles mais sensíveis.
A marca por trás do gloss itiu que a sensibilidade ao produto “varia de pessoa para pessoa”. “Sugerimos que você analise os ingredientes com seu médico para determinar se o produto é adequado para seu uso”, disse a empresa em nota enviada à imprensa britânica.
O rótulo do gloss alerta para não aplicar o produto em qualquer outra parte do corpo além dos lábios e recomenda mantê-lo fora do alcance de crianças. “Nunca vi esses avisos, porque joguei a embalagem fora”, explicou Sarah.
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Fonte: Metróples.
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Curiosidades
O que explica o aumento de nascimentos de gêmeos em meio à queda das taxas de natalidade?

Enquanto as taxas de natalidade estão em declínio ao redor do mundo, o número de gestações múltiplas — como gêmeos e trigêmeos — atingiu um patamar histórico. Pesquisadores indicam que essa tendência deve continuar crescendo, marcando a primeira vez que a taxa de nascimentos múltiplos aumenta mesmo diante da redução geral de nascimentos.
Esse fenômeno pode ser atribuído a fatores como a maternidade tardia e o avanço dos tratamentos de fertilidade. Embora menos comuns que as gestações únicas, os nascimentos múltiplos fazem parte do processo natural da reprodução humana. Aproximadamente uma em cada 60 gestações resulta em múltiplos, podendo variar de gêmeos a sêxtuplos.
Os gêmeos surgem quando dois óvulos diferentes são fecundados simultaneamente ou quando um único óvulo fertilizado se divide em dois. Além disso, um fenômeno chamado “hiperovulação” — quando mais de um óvulo é liberado no mesmo ciclo — também pode levar a nascimentos múltiplos. Esse processo se torna mais frequente com o envelhecimento da mulher, devido às mudanças hormonais que ocorrem conforme a menopausa se aproxima. Embora raros, casos de trigêmeos ou até mesmo de nove bebês em uma única gestação já foram registrados.
O impacto da idade materna e dos tratamentos de fertilidade
Estudos indicam que países de baixa renda devem registrar um aumento nas taxas de nascimentos múltiplos entre 2050 e 2100, impulsionado pelo crescimento da idade média das mães. Essa tendência já foi observada em países como a Inglaterra e o País de Gales, onde, nas décadas de 1940 a 1960, a taxa de nascimentos múltiplos era de aproximadamente 12 a 13 a cada 1.000 gestações. Como as mães tinham, em média, 26 anos na época — idade em que partos múltiplos são menos comuns —, os índices eram relativamente estáveis.
Nas décadas de 1970 e 1980, com a ampliação do planejamento familiar e mudanças econômicas, o número de filhos por família diminuiu, reduzindo também os nascimentos múltiplos para cerca de 10 a cada 1.000 gestações. No entanto, nos anos 1990 e 2000, houve um aumento nesse índice, em grande parte devido à popularização dos tratamentos de fertilidade e à elevação da idade materna.
Custos e desafios dos nascimentos múltiplos
Atualmente, a busca por tratamentos de fertilidade continua crescendo. Em 1991, foram realizados cerca de 6.700 ciclos de FIV no Reino Unido, número que saltou para 76.000 em 2021. Como os custos podem ser altos e o o ao financiamento público é , muitas pessoas buscam clínicas no exterior, onde as regras para a transferência de múltiplos embriões são menos rígidas, aumentando a chance de partos múltiplos.
Embora nascimentos de gêmeos ou trigêmeos sejam motivo de alegria para muitas famílias, eles também trazem desafios. Os primeiros anos costumam exigir um e extra, seja para alimentação e sono, seja para lidar com as pressões financeiras e emocionais.
Fonte: G1
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